Varal de Cordéis Joseenses

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terça-feira, 2 de agosto de 2011

Teatro-cordel - Prólogo (parte II)

(...)
Nosso empório nasceu antes
de ter sido descoberto;
no ano de 1500,
o negócio foi aberto
com índios e degredados,
talvez uns pobres coitados
- quem pode dizer ao certo?

As matas virgens que havia
prenunciavam fartura
e as índias - que maravilha! -
tinham a cabeça pura
e as vergonhas destapadas,
qual belas, morenas fadas
levando-nos à loucura.

A República nasceu
quase 400 anos
depois do Descobrimento,
mas não estava nos planos
ver um cenário de guerra
por causa de água e terra
- pobres dos republicanos...

Em nossas trincheiras vivem
não soldados bem armados,
mas simples agricultores,
muitas vezes desterrados.
Passando necessidade,
partem até a cidade
pra ser assalariados.

São muito trabalhadores
mas têm um defeito: pobres,
querem comer todo dia,
mesmo se lhes faltam cobres
- e, quando cantam em festa,
sua alegria é honesta,
parece até que são nobres!

Venham ver como essa gente
em São Paulo foi parar;
o suor que derramaram
fez do asfalto brotar
uma flor de aspecto novo:
uma flor, talvez, de povo
- isso é que vamos contar.
(P.R.Barja, 2011)

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